Projeto Parques Urbanos recuperou 1,4 milhão de metros quadrados de áreas degradadas

O projeto Parques Urbanos, implementado pelo Governo do Estado em 2019, já recuperou uma área equivalente a 1,4 milhão de metros quadrados, espaço semelhante ao perímetro urbano de municípios inteiros do Paraná, como Salgado Filho (Sudoeste), Porto Amazonas (Campos Gerais) ou Nova Santa Bárbara (Norte). Locais degradados, de fundos de vale, que eram usados como lixões a céu aberto, foram transformados em um grande ponto de convivência social, agregando proteção da natureza, educação ambiental, turismo, esporte, lazer e qualidade de vida.

Em quase seis anos, o Instituto Água e Terra (IAT), órgão vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest) e responsável pelo projeto, implementou 42 parques em diferentes regiões do Estado. Outros 18 estão em construção e mais dois licitados, prontos para entrar em obras. O investimento total é de R$ 74,5 milhões.  “Essa recuperação com mata nativa, com a construção de 42 parques urbanos, já prontos, é uma notícia muito animadora, que reforça o compromisso do Paraná em investir no futuro, na melhoria da qualidade de vida daqueles que ainda vão nascer. É mais Mata Atlântica à disposição dos paranaenses”, disse o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca.

A proposta é relativamente simples. Primeiro, identifica-se uma área urbana ambientalmente degradada, priorizando locais com processos erosivos, corpos hídricos sujeitos ao assoreamento, áreas suscetíveis a inundações e alagamentos, com supressão de vegetação nativa ou impactadas pelo lançamento irregular de esgoto.

Após a definição do local, técnicos do município, com apoio do IAT, elaboram um projeto de restauração que, além de preservar a vegetação nativa, precisa ser aproveitado pela população local. Por isso a necessidade de combinar o plantio de espécies da flora nativa, uma das bases para o controle de erosões, aumento da permeabilidade do solo ou a remoção de espécies exóticas invasoras, com infraestrutura esportiva e de lazer, como  trilhas, portais de acesso e playgrounds. O pacote precisa incluir também espaços dedicados à educação ambiental, como a criação de hortas urbanas ou de jardins para a polinização.

O objetivo, destaca a coordenadora do Setor de Projetos Especiais do IAT, Paula Coradin, é estabelecer uma estratégia de proteção a longo prazo. “Ao promover a requalificação e a apropriação social desses espaços, os parques contribuem para o fortalecimento da consciência ambiental da população”, explica. “Funcionam também como um instrumento para fomentar uma nova racionalidade socioambiental, mais ética, participativa e integrada ao meio ambiente, com ações efetivas para a sociedade, especialmente para as crianças, que ajudam a replicar essas noções de educação ambiental”, complementa Paula.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS – Além da reabilitação ambiental e do uso social sustentável, os parques urbanos cumprem um papel essencial na adaptação das cidades às mudanças climáticas. A implantação dessas áreas verdes contribui diretamente para a melhoria do que especialistas chamam de microclima urbano: o aumento da cobertura vegetal ajuda a reduzir as temperaturas por meio da sombra e do processo de evapotranspiração, diminuindo o efeito de ilha de calor, um fenômeno comum nas áreas urbanizadas onde o asfalto e o concreto predominam. Em um cenário global de intensificação de eventos extremos, é essencial tornar as cidades mais verdes. “Além de baixar a temperatura, os parques urbanos também colaboram para prevenir enchentes e secas causadas pela crise climática, tornando o ambiente urbano mais confortável, saudável e resiliente”, ressalta a coordernadora de Projetos Especiais do IAT.

PROJETO – O projeto Parques Urbanos é uma parceria entre o IAT e as prefeituras dos municípios paranaenses, que incentiva a criação de parques em regiões de fundo de vale ou áreas com ações erosivas. Uma das características comuns às áreas de fundo de vale é a presença de recursos hídricos, o que aponta para a existência de Áreas de Preservação Permanente Ecológica (APP).

Além das funções de recuperação ambiental, os parques urbanos contam com outras iniciativas de promoção da sustentabilidade. Uma delas é o Poliniza Paraná, que desde 2021 é presença obrigatória em todos os espaços ligados ao projeto. A iniciativa prevê a instalação de colmeias de abelhas sem ferrão para auxiliar na conservação de espécies nativas e para complementar as ações de educação ambiental dos locais.

Outro projeto parceiro é o Espaço Educador Sustentável, que consiste na implementação de atividades de promoção da educação ambiental. Por meio da ação, os locais ganham hortas urbanas, que estimulam o engajamento da população com o meio ambiente, e jardins dos sentidos, que desenvolvem a sensibilidade sensorial-ambiental dos visitantes.

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