Criado há quase 30 anos pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março, traz à tona a necessidade de discussão sobre temas transversais relacionados a esse recurso. No Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR), os cuidados com a água são o foco de algumas de suas fiscalizações. De acordo com um levantamento recente, em 2020 foram realizadas 3.432 fiscalizações de atividades técnicas das Engenharias, Agronomia e Geociências relacionadas a esse recurso no Estado. Nos primeiros meses de 2021, já foram registradas 454 fiscalizações desta natureza.
As cinco atividades mais registradas em 2020 foram: instalações de sistemas de esgoto sanitário (1.076); sistemas de água potável (1.047); sistemas de redes de águas pluviais (319); ligação individual de rede de água (221); e perfuração de poços tubulares (97). O ranking das três atividades mais registradas se mantém em 2021, com 105, 93 e 43 fiscalizações, respectivamente.
No Sudoeste
Das 3.432 fiscalizações em 2020, a Regional Pato Branco do Crea-PR, que abrange os municípios do Sudoeste, foi a segunda em números, com 496, atrás apenas de Maringá, que teve 684. Neste ano, já há 24 fiscalizações relacionadas. Analisando dados do ano passado, os números do Sudoeste são altos. Foram 1.076 fiscalizações relacionadas à instalação de sistema de esgoto sanitário no Estado, 177 no Sudoeste. As fiscalizações de sistema de água potável totalizaram 1.047 no ano passado, no Paraná, com 149 delas na região.
O gerente da Regional Pato Branco do Crea-PR, Engenheiro Civil Diogo Colella, acredita que os números retratam elevada consciência ambiental por parte da população sudoestina. “Os números de registros de ARTs [Anotações de Responsabilidade Técnica] específicos para essas atividades são elevados diante da média paranaense. Além do monitoramento feito pela nossa equipe de fiscais, a comunidade é consciente com o meio ambiente e há o cuidado com os devidos registros e a responsabilidade pelos serviços prestados”, observa Colella.
Para a gerente do Departamento de Fiscalização (Defis) do Crea-PR, Engenheira Ambiental Mariana Maranhão, os números de instalações de sistema de esgoto sanitário e de água potável são os maiores, porque estão diretamente ligados à construção de edificações. “Em síntese, trata-se da entrada e saída de água. A construção civil não parou, mesmo durante a pandemia, inclusive, em muitas cidades do Paraná, as obras foram intensificadas de 2020 para cá. Os números demonstram isso, se considerarmos os dias úteis, por exemplo, são mais de oito fiscalizações por dia apenas do recorte esgoto sanitário e água potável”, explica.
Contexto paranaense
De acordo com o Atlas de Atualização da Base de Dados de Estações de Tratamento de Esgotos, o Paraná figura como o segundo melhor índice do país no atendimento à população urbana com serviço de esgotamento sanitário, atrás apenas do Distrito Federal. A porcentagem de cobertura é de 80,7%, quase o dobro da média nacional, que totalizou 46,5%.
Estiagem no Paraná
No ano passado, o Paraná passou por um período de estiagens considerado o mais severo dos últimos 50 anos, impactando diretamente na produção do agronegócio e, consequentemente, na economia do Estado e no bolso do paranaense. O episódio acendeu um alerta sobre a necessidade da construção de soluções secundárias para períodos de secas, sendo as Engenharias fundamentais neste processo, em conjunto com órgãos responsáveis e poder público.
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