Novembro Roxo reforça alerta sobre prematuridade: cuidado na gravidez salva vidas

Com cerca de 300 mil nascimentos prematuros por ano no Brasil, a campanha visa sensibilizar gestantes e profissionais de saúde para reduzir riscos e fortalecer o acompanhamento pré-natal

Durante todo o mês de novembro, a iniciativa Novembro Roxo volta sua atenção para a prematuridade — fenômeno que ocorre quando o bebê nasce antes de completar 37 semanas de gestação — e seus impactos na saúde materna e infantil. No Brasil, o desafio é expressivo: são cerca de 340 mil bebês prematuros a cada ano, número que representa aproximadamente seis nascimentos a cada dez minutos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o país está entre os dez com maior incidência de partos prematuros, com uma taxa entre 11 % e 12 %, acima da média global, que é de 10 %.

O impacto da prematuridade

A prematuridade é a principal causa de mortalidade entre crianças menores de cinco anos no Brasil. “Muitos bebês que nascem antes do tempo enfrentam desafios sérios, como dificuldade respiratória, maior vulnerabilidade a infecções e, em alguns casos, sequelas neurológicas. A assistência imediata e especializada faz toda a diferença para garantir a sobrevivência e o desenvolvimento saudável dessas crianças”, explica a docente do curso de Medicina da Afya Centro Universitário de Pato Branco, Dra. Renata de Carvalho Kuntz, médica pediatra e neonatologista

Ela lembra que o nascimento prematuro não é apenas um problema médico, mas também emocional e social, afetando toda a família. “É um momento de grande fragilidade. A rede de apoio — que envolve profissionais de saúde, familiares e políticas públicas — é essencial para o acolhimento e a recuperação do bebê”, completa a Dra. Renta.

Cuidados essenciais durante a gestação

Diversos fatores podem aumentar o risco de parto prematuro, como idade materna muito jovem ou avançada, infecções, hipertensão ou diabetes gestacional, além da ausência de um acompanhamento adequado. De acordo com a médica da Afya Centro Universitário de Pato Branco, o pré-natal é o principal instrumento de prevenção.

“Cada consulta é uma oportunidade de identificar precocemente fatores de risco e intervir a tempo. Quando a gestante é acompanhada desde o início, conseguimos reduzir drasticamente as chances de parto prematuro”, destaca a Dra. Renata.

Entre os cuidados recomendados estão:

  • Iniciar o pré-natal o mais cedo possível e manter todas as consultas recomendadas;
  • Controlar condições como hipertensão e diabetes gestacional;
  • Evitar o tabagismo, o uso de álcool e outras substâncias;
  • Monitorar e tratar infecções maternas;
  • Manter uma alimentação equilibrada e acompanhamento psicológico.

Quando o parto antecipado é inevitável

Mesmo com todos os cuidados, alguns casos exigem intervenção antecipada para preservar a saúde da mãe ou do bebê. “Nessas situações, o suporte neonatal é determinante. É preciso garantir que o recém-nascido tenha acesso a uma UTI neonatal, equipe multiprofissional e ao chamado método Canguru, que incentiva o contato pele a pele e fortalece o vínculo familiar”, explica a médica. Ela também reforça a importância do aleitamento materno desde os primeiros dias de vida. “O leite da mãe é o primeiro remédio do bebê prematuro. Ele contém nutrientes e anticorpos que reduzem o risco de infecções e ajudam no ganho de peso”, afirma a Dra. Renata da Afya.

A força do Novembro Roxo

A campanha Novembro Roxo nasceu com o objetivo de sensibilizar famílias, profissionais de saúde e gestores públicos sobre a importância da prevenção da prematuridade e do cuidado humanizado com os bebês que nascem antes do tempo. “A cor roxa simboliza sensibilidade e transformação — duas palavras que representam bem o que vivenciam as famílias de prematuros. É um período de superação e esperança, mas que exige também conscientização e políticas de saúde adequadas”, enfatiza a médica pediatra.

Um compromisso coletivo

Reduzir a taxa de nascimentos prematuros é um desafio que envolve toda a sociedade. Segundo a médica, informação e acesso à saúde são os principais aliados. “Investir em educação para gestantes, fortalecer o pré-natal e garantir estrutura hospitalar de qualidade são passos fundamentais. Cada vida que conseguimos levar até o tempo certo de nascer é uma vitória coletiva”, finaliza a Dra. Renata da Afya Centro Universitário de Pato Branco.

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