Durante sessão na Câmara Municipal, o vereador Alexandre Zoche destacou dois temas que considera de grande relevância para o município de Pato Branco. O primeiro deles diz respeito ao modelo de licitação pública vigente, que, segundo ele, tem causado atrasos e prejuízos à execução de diversas obras municipais. Zoche mencionou que muitas obras estão em andamento ou prestes a iniciar, mas algumas enfrentam atrasos significativos devido à forma como os processos licitatórios são conduzidos. Ele ressaltou que é fundamental repensar esse formato, independentemente de partido político, e defendeu que vereadores e gestores municipais se unam para levar sugestões aos deputados estaduais e federais, em busca de uma reforma mais eficiente.
O vereador citou exemplos concretos: praças nos bairros São Roque e Industrial, que estão sendo executadas com recursos mantidos no próprio município por uma empresa local. Em contrapartida, obras contratadas com empresas de fora, como as dos bairros Alto da Glória, Alvorada e São João, permanecem paradas. “Infelizmente, as obras não acontecem, e a população fica revoltada. Desde 2005 se fala na praça do Alto da Glória, e agora que parecia que iria sair, a empresa não vem. A população se anima, mas acaba frustrada”, lamentou.
Zoche ainda destacou a burocracia excessiva que impede uma rápida substituição de empresas inadimplentes: cancelar uma licitação ou chamar o segundo colocado, segundo ele, “é um processo que leva anos”. Para o vereador, essa realidade exige um debate sério sobre o formato atual de licitações públicas no Brasil, que muitas vezes penaliza o município e o cidadão.
Prioridade ao cuidado com as pessoas
No segundo ponto de sua fala, Alexandre Zoche expressou preocupação com o foco excessivo em obras físicas, em detrimento do cuidado com as pessoas. Embora tenha afirmado ser favorável a todas as obras que beneficiem a cidade, o vereador destacou que o investimento humano e social deve ter a mesma importância.“Eu prefiro investir 100% de energia e recursos em uma reconstrução de um tendão, no cuidado com uma criança, do que apenas em obras de concreto”, afirmou.
Zoche citou exemplos de instituições sociais com repasses atrasados, projetos comunitários em dificuldade e escolas que ainda não receberam os uniformes dos alunos, situações que, segundo ele, demonstram falta de prioridade com o bem-estar da população.
O vereador defendeu que o poder público direcione “o dobro de energia” para as políticas voltadas à saúde, educação e assistência social, garantindo que o desenvolvimento urbano venha acompanhado de melhor qualidade de vida para os cidadãos. “Não adianta nada termos a obra física se as pessoas estão desanimadas, doentes e esquecidas. Precisamos de obras, sim, mas precisamos ainda mais cuidar das pessoas”, concluiu.
Um apelo à gestão equilibrada
Com sua manifestação, Alexandre Zoche fez um apelo por equilíbrio entre o desenvolvimento material e o humano. Segundo ele, o verdadeiro progresso de Pato Branco depende não apenas da execução de obras, mas também da atenção às necessidades cotidianas da população, especialmente dos mais vulneráveis.
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