O Futuro do Laboratório Municipal de Pato Branco: Desafios, Reconhecimento e Caminhos Possíveis

A Preocupação com a Sustentabilidade dos Serviços Laboratoriais

A vereadora Anne Gomes registrou durante a sessão e com presença da Secretária Municipal de Saúde, uma das principais preocupações levantadas na discussão recente sobre a saúde pública de Pato Branco, que gira em torno da manutenção do atendimento dos exames laboratoriais por meio da tabela SUS. Atualmente, o município conta com seu laboratório próprio, que realiza um número reduzido de exames se comparado aos laboratórios terceirizados. No entanto, paira a dúvida: haverá garantia de continuidade desse atendimento pelo laboratório municipal? Para vereadora, a inquietação também se estende aos laboratórios terceirizados, que, embora ofereçam serviços de qualidade, são empresas privadas. Sendo assim, caso a prestação de serviço pela tabela SUS se torne financeiramente inviável, nada impede que optem por não continuar. Isso levanta uma questão delicada: o que acontecerá com a população se esses laboratórios deixarem de atender?

Reconhecimento aos Servidores Públicos

Durante a fala, a vereadora registrou uma homenagem e um sincero agradecimento aos servidores públicos que atuaram no laboratório municipal por tantos anos. Profissionais comprometidos, que prestaram serviços com excelência e sem gerar queixas da população — um reconhecimento importante em meio às decisões difíceis que estão sendo tomadas. A vereadora destacou o pesar por chegar a esse ponto, ainda que reconheça que se trata de uma decisão administrativa pautada em questões de viabilidade financeira. A valorização do trabalho dos servidores mostra-se essencial nesse processo de transição.

Os Riscos da Terceirização e a Busca por Soluções

Também levantou a possibilidade de os laboratórios terceirizados desistirem de prestar serviços via tabela SUS é legítima, pois são negócios que precisam manter sua sustentabilidade. Nesse cenário, a secretária de Saúde, Marcia Fernandes de Carvalho, explicou que o município já realiza complementações em diversos serviços de saúde e que segue a obrigatoriedade legal de realizar chamamentos públicos com base na tabela SUS como primeiro critério.Foi ressaltado que, em reunião com os laboratórios da cidade, muitos demonstraram interesse em participar do processo de chamamento. Inclusive, houve manifestações de interesse por parte de instituições que atualmente nem estão credenciadas, evidenciando que há espaço para novas parcerias. Além disso, quanto maior o volume de exames realizados, menores os custos unitários, o que pode contribuir para a viabilidade econômica desses serviços.

O Papel dos Servidores na Transição

A secretária também destacou o papel da servidora Keila Pícolo, presente na reunião, que contribuiu ativamente nos estudos para a reestruturação do serviço. Embora concursada para atuar no laboratório, ela demonstrou comprometimento com o município como um todo, colaborando para que a administração compreendesse melhor o cenário atual. A dor da mudança é compartilhada por todos os envolvidos, especialmente por aqueles que acreditam que o serviço público de saúde deveria ser inteiramente executado pelo próprio município. Contudo, como pontuado, essa continuidade não foi mantida ao longo do tempo, o que acabou levando à atual situação.

Uma Decisão de Gestão com Olhar no Futuro

Por fim, a secretária foi enfática ao afirmar que esta é uma decisão de gestão. Ainda que não seja definitiva ou eterna, neste momento ela é necessária para garantir a viabilidade da saúde pública como um todo. O desafio vai além do laboratório municipal — há outros serviços em condições críticas que exigem mudanças estruturais para atender à crescente demanda da população. A secretaria de saúde se colocou à disposição para prestar esclarecimentos sempre que necessário, reforçando a importância do diálogo e da transparência. O convite à Câmara de Vereadores para debates abertos é um passo importante para manter a população informada e engajada nas decisões que impactam diretamente sua qualidade de vida.

Conclusão

O encerramento das atividades do laboratório municipal de Pato Branco não representa apenas uma mudança operacional, mas um momento de reflexão profunda sobre o papel do serviço público de saúde, a sustentabilidade financeira dos atendimentos via SUS e o reconhecimento do trabalho daqueles que fizeram história no município. Que o debate continue e que as decisões futuras sejam sempre pautadas pelo bem-estar da população.

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