Prefeitura envia à Câmara projeto que institui o novo Plano de Mobilidade Urbana de Pato Branco

 A Prefeitura de Pato Branco encaminhou à Câmara de Vereadores o projeto de lei que institui o novo Plano de Mobilidade Urbana (PMU), documento que orientará políticas públicas e investimentos na área pelos próximos dez anos. O texto cumpre a exigência da Lei Federal nº 12.587/2012, que determina a revisão periódica dos planos municipais. O estudo foi elaborado pela empresa URBTEC TM – Engenharia, Planejamento e Consultoria, contratada por meio de processo licitatório em 2023. Segundo a mensagem enviada pelo Executivo, o trabalho envolveu reuniões comunitárias em bairros, oficinas temáticas, audiências públicas, conferência final e canal digital para coleta de sugestões. Todo o material técnico está disponível em links anexados ao projeto.

Participação popular e alinhamento com agendas globais

O Executivo destaca que o PMU foi construído com forte participação social e segue diretrizes da Agenda 21, dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e da Nova Agenda Urbana da ONU. Também está integrado ao Plano Diretor aprovado em 2023, o que garante que suas ações sejam incorporadas ao Plano Plurianual e às demais legislações urbanísticas. O plano estabelece metas de curto (0 a 3 anos), médio (3 a 5 anos) e longo prazo (5 a 10 anos), abrangendo todo o território municipal.

Principais eixos do plano

O documento define a Política Municipal de Mobilidade e organiza o Sistema Municipal de Mobilidade Urbana, que reúne órgãos, normas, recursos técnicos e humanos responsáveis por coordenar ações relacionadas ao transporte.

Entre os princípios do PMU, estão:

  • inclusão social;

  • acessibilidade universal;

  • segurança viária;

  • redução de impactos ambientais;

  • integração entre modos de transporte;

  • participação popular;

  • eficiência do transporte público.

Diretrizes e ações previstas

O plano traz diretrizes específicas para diversas áreas da mobilidade:

1. Sistema viário

O PMU prevê a revisão da hierarquia viária, incluindo novas conexões e prolongamentos de vias para melhorar a fluidez urbana, a circulação interbairros e o escoamento regional.
Novas vias só poderão ser implantadas mediante estudos técnicos e deverão respeitar normas do Código de Trânsito Brasileiro e da ABNT.

2. Pedestres e calçadas

Há forte ênfase na pedestrianização, com ações como:

  • padronização e qualificação das calçadas;

  • criação de rotas acessíveis;

  • implantação de ruas escolares;

  • melhorias de segurança em áreas de grande circulação.

3. Ciclomobilidade

O plano prevê a expansão e integração da rede cicloviária, além de campanhas educativas e incentivo a rotas turísticas para ciclistas. A malha ciclável deve ser conectada aos corredores de transporte coletivo.

4. Transporte público coletivo

É um dos pilares do PMU. O objetivo é aumentar sua participação na matriz de deslocamentos e torná-lo mais eficiente e atrativo, propondo:

  • novos corredores prioritários;

  • estações de embarque e desembarque adequadas;

  • bilhetagem eletrônica modernizada;

  • integração tarifária e temporal;

  • requisitos de acessibilidade;

  • ampliação da cobertura e frequência.

5. Transporte escolar e fretamento

O plano regulamenta o transporte privado coletivo, incluindo o escolar, exigindo registro, autorização e evitando a concorrência com o transporte público.

6. Estacionamentos

A política de estacionamentos busca reduzir o uso do automóvel, modernizar o sistema rotativo, estudar estacionamentos coletivos e permitir parcerias com a iniciativa privada.

7. Logística urbana

Define diretrizes para transporte de cargas, carga e descarga e circulação de veículos pesados, buscando reduzir conflitos com pedestres e o trânsito local.

8. Monitoramento e gestão

O PMU prevê a criação de sistemas de informação e indicadores para o monitoramento permanente da mobilidade no município.

Compatibilidade com o uso do solo

O projeto de lei determina que novos loteamentos, parcelamentos e empreendimentos imobiliários devem obrigatoriamente respeitar as diretrizes do PMU, do Sistema Viário Municipal e da legislação de uso e ocupação do solo. O município terá poder de fiscalização sobre essas obras.

Financiamento

Para implementar as ações propostas, o plano prevê diversas fontes de recurso:

  • orçamento municipal, estadual e federal;

  • parcerias público-privadas;

  • concessões;

  • fundos;

  • convênios e acordos;

  • financiamentos nacionais e internacionais.

Encaminhamento à Câmara

Na mensagem, o prefeito Géri Dutra afirma que o plano reúne “um conjunto amplo de contribuições da população e dos setores técnicos”, representando uma etapa decisiva para o futuro da mobilidade urbana do município. O Executivo solicita a apreciação e aprovação do projeto pelos vereadores.

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