A Câmara Municipal de Pato Branco discutiu, em sessão recente, a participação do município no Consórcio Intermunicipal de Saúde (CONIMS). O alto custo e a baixa efetividade dos serviços oferecidos levantaram dúvidas sobre a viabilidade da permanência no consórcio.
Um contrato caro e pouco útil
Segundo o vereador Rodrigo Correia, a população não recebe em retorno o que paga para o CONIMS. Hoje, Pato Branco utiliza apenas “sobras” de atendimentos de outras cidades, além de contar com o consórcio apenas para licitações de insumos e questões administrativas.A secretária municipal de Saúde, Márcia Fernandes de Carvalho, confirmou essa limitação e foi direta: “No meu entendimento pessoal, não é válido permanecer pagando esse serviço caro, sem retorno à altura das necessidades da população”. Ela explicou que a saída do consórcio precisa ser aprovada pela Câmara e depende da reestruturação da equipe da Secretaria de Saúde, processo que pode levar até seis meses.
Especialidades médicas em falta
Outro ponto central da discussão foi a dificuldade em oferecer atendimento em algumas especialidades. Pato Branco já possui habilitação do Ministério da Saúde para áreas de alta complexidade — como oncologia, cardiologia, ortopedia, neurologia e gestação de alto risco. Mas há gargalos importantes. A área vascular, por exemplo, não conta com profissionais suficientes. Como resultado, pacientes têm sido encaminhados para Cascavel, Curitiba e outras cidades. Márcia explicou que a questão não é apenas financeira: muitos médicos não aceitam mais trabalhar em regime de plantão. Ainda assim, há expectativa de que um novo especialista possa assumir em breve.
Reclamações sobre a UPA
A sessão também abordou as críticas à demora no atendimento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Segundo moradores, o serviço estaria operando em “ritmo de tartaruga”, especialmente às segundas e terças-feiras. A secretária reconheceu a lentidão, mas garantiu que não houve descumprimento da lei nem pacientes sem atendimento. “O volume é maior nesses dias, mas temos oito médicos de plantão e todos foram atendidos”, explicou.
Debate precisa continuar
No encerramento, Márcia destacou a importância do diálogo entre Executivo e Legislativo para encontrar caminhos mais eficientes para a saúde do município: “Temos várias temáticas importantes a discutir, e é fundamental que esta Casa participe ativamente para que possamos encontrar o melhor caminho”.
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