Durante sessão da Câmara Municipal de Pato Branco, o vereador Rodrigo Correia manifestou profunda preocupação com a recente mudança na forma de distribuição de medicamentos e insumos no município. Segundo ele, a população, especialmente as pessoas com mobilidade reduzida, está sendo penalizada com medidas que visam cortar custos, mas desconsideram as dificuldades reais enfrentadas pelos usuários do sistema público de saúde.
Medicamentos Fora da Farmácia Municipal
Correia destacou que os vereadores têm recebido diversas reclamações da população sobre a retirada de medicamentos. A principal mudança apontada é que os medicamentos que antes eram retirados diretamente na farmácia municipal agora só podem ser obtidos em farmácias populares conveniadas. A nova sistemática, segundo ele, prejudica pacientes debilitados que dependem de terceiros para buscar seus medicamentos. “Existem muitas pessoas acamadas, com mobilidade reduzida, que geralmente passavam a receita para um familiar fazer a retirada. Era assim na farmácia do município”, lembrou o vereador.
Economia que Penaliza os Mais Vulneráveis
O vereador reconhece que a mudança pode representar uma economia para o município, mas enfatiza que isso tem um alto custo social. Ele critica a transferência da responsabilidade para as farmácias populares, especialmente no caso de insumos fornecidos pelo governo federal, como medicamentos, fraldas e leites especiais.
Nova Exigência: Procuração com Custo Elevado
Um dos pontos mais polêmicos levantados por Correia é a exigência de procuração para retirada de medicamentos por terceiros nas farmácias populares. Essa medida impacta especialmente famílias de baixa renda. “Hoje mesmo uma senhora me ligou dizendo que o custo dessa procuração gira em torno de 160, 180 reais. Quem é que vai ter condição de bancar uma procuração nesse valor para poder pegar o medicamento para continuar o seu tratamento?”, questionou o vereador.
Cobrança de Transparência da Secretaria de Saúde
Diante da gravidade da situação, Correia defendeu a convocação da secretária municipal de Saúde, Márcia Fernandes, para prestar esclarecimentos no plenário da Câmara. Segundo ele, alguns municípios continuam oferecendo a retirada dos medicamentos diretamente na farmácia pública, o que mostra que a mudança em Pato Branco não é obrigatória, mas uma escolha da gestão local.
Promessa Não Cumprida do Executivo
O vereador também fez questão de relembrar uma promessa de campanha do prefeito Gérard Dutra, que previa a entrega de medicamentos em domicílio para a população de Pato Branco. “Até o momento isso não aconteceu. O que está acontecendo é o cidadão pato-branquense ter que correr em vários lugares para adquirir a medicação ou insumos que utiliza para seu tratamento.”
Encaminhamentos e Próximos Passos
Rodrigo Correia anunciou que protocolará, na próxima sessão, um requerimento oficial solicitando explicações da Secretaria de Saúde. Ele convidou os demais vereadores a assinarem conjuntamente o documento, destacando que o Legislativo não pode permitir que a população sofra as consequências do não cumprimento de promessas e da falta de planejamento.
Conclusão
A fala do vereador Rodrigo Correia reflete o crescente descontentamento da população com as políticas públicas de saúde em Pato Branco. Ao exigir transparência e defender os mais vulneráveis, o parlamentar reforça o papel fiscalizador do Legislativo e levanta uma questão fundamental: até que ponto é legítimo cortar gastos à custa da dignidade dos cidadãos?
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