A proposta de Reforma Tributária, que promete simplificar o complexo sistema de impostos brasileiro, levanta preocupações sobre um possível aumento da carga tributária para pessoas físicas e empresas. Especialistas e representantes da sociedade civil alertam para os impactos no sistema corporativo, empresarial e na vida do cidadão comum. Este foi o tema da palestra dentro da programação do Feirão do Imposto 2025, organizado pelo NEJ – Núcleo do Empreendedor Jovem da Associação Empresarial de Pato Branco.
Historicamente, o Brasil é conhecido por um Estado com alta carga tributária, onde “o brasileiro paga imposto para nascer, para viver e também para morrer”, como observado por pelo vice-presidente da ACEPB Alexandre de Carli. A reforma, embora intitulada como uma reorganização e simplificação, é vista por muitos como um movimento que, na prática, resultará em mais impostos para a população.
Alíquota recorde e impacto no bolso do cidadão
A estimativa atual da alíquota unificada de impostos, englobando a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), gira em torno de 28% a 28,5%. Esse percentual, se confirmado, pode se tornar a alíquota mais alta do mundo, conforme apontado por análises, destacou o advogado tributarista Neuri Vicente Júnior especialista da área, convidado para a palestra em Pato Branco.
A percepção popular de que o brasileiro trabalha cerca de quatro meses por ano apenas para pagar impostos deve se intensificar. “A tendência é que essa média aumente um pouquinho, sem dúvida nenhuma”, afirmou Neuri, ressaltando que, embora possa haver uma leve redução na carga para a indústria, os setores de serviços e comércio tendem a ser mais onerados.
Setor de Serviços vai pagar mais imposto
A escolha de onerar mais o setor de serviços, que é um dos maiores geradores de emprego e renda no Brasil, visa estimular a indústria. No entanto, Neuri alertou para o risco de “colocar todos os ovos em um único cesto”, apostando excessivamente no crescimento industrial. “Por que hoje os serviços são muito importantes na formação de emprego e renda do país, ao lado do agronegócio, destacou um especialista. A preocupação é que, ao sobretaxar os serviços, o país possa comprometer a dinâmica econômica e a geração de postos de trabalho nesses setores cruciais.
Uma questão central que permanece sem resposta é o quanto o Estado, responsável por gastar o dinheiro arrecadado, fará sua parte para otimizar o uso dos recursos públicos. A sociedade questiona por que, em meio a um aumento na carga tributária, continuam a ser observados privilégios no setor público. Para se preparar para este novo cenário, empresas e cidadãos precisam entender como a reforma impactará seus negócios e finanças pessoais. “Principalmente para as empresas, elas precisam entender como vai impactar isso no seu negócio. Porque, apesar de ser uma regra única, vai impactar os negócios de formas diferentes”, aconselhou o especialista. É fundamental antecipar, calcular e fazer um planejamento estratégico para os próximos anos.
Mobilização e Conscientização em Pato Branco
Em Pato Branco, a mobilização contra a alta carga tributária tem sido intensa durante a programa do Feirão do Imposto este ano. Diversas ações de informação e conscientização foram sendo realizadas, incluindo palestras com contadores e especialistas da área tributária, e uma fala na Câmara dos Vereadores.
Dia 31 de maio, último sábado do mês, o movimento “Feirão do Imposto” estará na praça, com diversas ações para informar e conscientizar a população sobre a elevada carga tributária brasileira e os impactos da reforma. As iniciativas visam empregar ainda mais essa questão da reforma tributária e seus impactos, que já estão sendo sentidos e podem se agravar.
Da assessoria
Mais
Secretaria prorroga período de inscrição para o Programa Brasil Alfabetizado
Governador em exercício Darci Piana inaugura nesta quinta-feira (29), o Centro Integrado de Convivência em Santo Antônio do Sudoeste
Paraná é o terceiro estado que mais gera empregos em 2025: 80 mil vagas de janeiro a abril