A equipe médica responsável pelos primeiros procedimentos TAVI na região

Cardiologistas realizam procedimento inédito na região sudoeste do Paraná

Dois pacientes de 84 anos do Hospital Filantrópico Policlínica, de Pato Branco, foram submetidos a procedimentos minimamente invasivos para troca de válvula aórtica no coração

Pela primeira vez na região sudoeste do Paraná, cardiologistas intervencionistas do serviço de Hemodinâmica do Hospital Filantrópico Policlínica (HFP), de Pato Branco, utilizaram o procedimento denominado implante transcateter de válvula aórtica (que leva a sigla TAVI, Transcatheter Aortic Valve Implantation, em inglês). Dois pacientes, ambos com 84 anos, um de Pato Branco e outro de Dois Vizinhos, e sofrendo com estenose áortica, foram submetidos à técnica minimamente invasiva. A estenose aórtica é a causa mais comum para a troca da válvula aórtica, especialmente em idosos. A estenose acontece quando a válvula do coração fica grossa e dura, geralmente com o passar dos anos, o que dificulta a circulação do sangue.

Os procedimentos, no dia 16 de abril, envolveram a equipe do serviço de Hemodinâmica do Hospital Filantrópico Policlínica, sob o comando dos cardiologistas intervencionistas Caetano Sartori, Luiz Fernando Morrone e Luís Sérgio Luciano, com a participação do médico cardiologista gaúcho Rogério Sarmento Leite, atual presidente da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI). Também fizeram parte da equipe: o médico anestesiologista Ademir Viana da Silva (AnestCurare), o cirurgião vascular João Paulo de Bortolli, o médico ecocardiografista Pedro Goulart Berro. A equipe de cirurgia cardíaca do HFP, integrada pelos médicos Rinaldo Luiz Wolker, Paulo Giublin e Victor Nogueira Clementoni, deu o suporte.

Ertile Guero, de Pato Branco, foi um dos primeiros pacientes do procedimento TAVI no Sudoeste

O médico Caetano Sartori explica que o TAVI é uma alternativa menos agressiva à cirurgia cardíaca tradicional de troca da válvula aórtica. “O TAVI é um procedimento revolucionário para o tratamento de doenças da válvula aórtica, que é como uma porta que se abre e se fecha para o sangue passar do coração para o resto do corpo. Em algumas pessoas, com o envelhecimento, essa estrutura se torna mais rígida e não consegue mais abrir direito. Todo o sangue do corpo que devia passar por um orifício do tamanho de uma moeda de R$ 1,00 tem que passar por um orifício do tamanho de uma lentilha. Isso acarreta graves transtornos com diminuição da possibilidade de o paciente fazer suas atividades diárias e morte precoce”, explica o cardiologista.

Tradicionalmente, o tratamento para essa condição envolvia uma cirurgia de peito aberto, um procedimento invasivo com anestesia geral, internação prolongada em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e um período de recuperação mais extenso. No entanto, a técnica TAVI muda esse cenário. “Com o implante transcateter da válvula aórtica, conseguimos tratar o paciente através de uma punção na virilha, sem necessidade de intubação, sem precisar ficar em UTI e ter alta em 48 horas. Uma semana depois, o paciente pode retomar suas atividades cotidianas”, detalha Sartori.
A realização desses procedimentos inéditos demonstra a capacidade e a preparação do Hospital Filantrópico Policlínica para oferecer tratamentos de alta complexidade na área cardiológica. “A estrutura da instituição e do serviço de Hemodinâmica do hospital está totalmente preparada para o procedimento e a implementação do TAVI representa um avanço significativo no acesso a tratamentos inovadores para doenças cardíacas na região sudoeste do Paraná, proporcionando aos pacientes uma opção menos invasiva, com recuperação mais rápida e melhor qualidade de vida”, conclui Caetano Sartori.

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