O vice-presidente do Conselho Municipal de Turismo (Comtur), Anery Junior Baggio, participou da sessão do legislativo, quando abordou o tema Turismo no Município de Pato Branco. A pauta, segundo ele, são as premissas de turismo, ações e impactos que a gente teve no turismo e o que queremos com o turismo de Pato Branco. Vou falar rapidamente o que é turismo, na sequência, nas ações e impactos. Quero trazer uma memória do que aconteceu entre os anos de 2021 e 2024, por essas pessoas que trabalharam, conquistas e resultados que a gente alcançou. E o turismo que queremos, falando um pouquinho sobre o futuro de Pato Branco, iniciando com as premissas, primeiro precisamos deixar claro o que é turismo. Por mais que pareça muito notório, esse termo é controverso. Turismo é a movimentação de pessoas que saem das suas cidades e vão para outros destinos e consomem bens e serviços. Então, nós não fazemos turismo para o cidadão.
Cidadão, conforme Anery, se beneficia do turismo ao encontrar renda e emprego por causa dessa movimentação e sempre que a gente for falar sobre turismo, o objetivo é trazer pessoas de fora da cidade para consumirem bens e serviços aqui, pelos mais diversos motivos. A gente chama isso no turismo de segmentos da oferta turística, o que temos a oferecer. Em Pato Branco, é notório, tem principalmente solidificado já quais tipos de turismo. Turismo de negócios e eventos. Pessoas que vêm para negociar, fazer negócios, fechar contratos. E para participar de eventos que têm mais um cunho empresarial, corporativo ou até organizacional. Também turismo de esportes e eventos esportivos. Turismo de compras, é bastante forte aqui, porque somos um polo regional de comércio e serviços.
Também comentou o Turismo de saúde e bem-estar, somos uma referência regional e nacional e até mesmo internacional. Recebemos muitas pessoas que vêm aqui para fazer cirurgias, especificamente com a equipe de medicina de Pato Branco. E turismo tecnológico-científico, que é o turismo que leva a aprendizagem. Pessoas que vêm a Pato Branco para aprender, geralmente conectado com grandes locais de saber. Indústrias, o próprio parque tecnológico, as empresas de tecnologia da informação, enfim pessoas que vêm para conhecer como se produz. Visitantes, geralmente estudantes, ou gente que quer aprender. Temos outras várias vertentes de turismo. Ecoturismo, de aventura, rural, lazer, sol e praia, religioso, cultural e enoturismo. Os mais diversos. Só que as nossas vocações estão listadas principalmente na parte de cima. Turismo é vetor de desenvolvimento econômico e social. Isso é uma premissa para mim. A gente não faz turismo só porque é bonito. Turismo, para mim, é um meio de desenvolver a sociedade.
É um meio de gerar renda e emprego. É tal qual o comércio exterior. A gente não consegue acrescentar um palmo de terra no município. A gente não consegue fazer mais agricultura. A gente tem que melhorar a produtividade para gerar mais dinheiro por meio da agricultura. O turismo funciona como um comércio exterior.Eu consigo trazer dinheiro de fora da cidade para ser injetado aqui. Então aí a relevância do turismo. Quanto mais gente eu trago, mais dinheiro eu injeto na economia local.Também, então, é um assunto transversal. Não tem como pensar turismo se eu não pensar de maneira transversal. Então, geralmente, a responsabilidade está na indústria de comércio e turismo, em uma pasta municipal, ou aqui em Pato Branco, pela gestão, desculpe, pela estrutura administrativa.
A gente está na Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Mas Desenvolvimento Econômico não vai conseguir fazer turismo sozinho. Ele vai precisar se unir às outras secretarias. A de cultura e promover eventos culturais atrativos para o turista. Ou pegar eventos culturais que a gente já tenha e trazer para eles um cunho turístico. Um Natal de Pato Branco, por exemplo. Até que ponto ele é turístico? É um grande espetáculo pato branquense. Mas quantos são os turistas que efetivamente vêm? A gente tem essa contagem? Quantos são que estão assistindo ao espetáculo que são daqui e quantos que são de fora? A gente tem o impacto nos hotéis? Os hotéis já têm a resposta para nós. Os hotéis não recebem turistas por causa do Natal. É uma coisa que trago para vocês, para toda a sociedade pato branquense. O Natal é um grande evento cultural pato branquense. Ele pode vir a se tornar um evento turístico por meio da cultura? Excelente”, explicou.
Para o vice-presidiente, se conseguir que esse cara que vem para assistir o desfile, ele se hospede, ele fique, ele consuma antes, consuma depois. Se o espetáculo de Natal terminar antes das dez da noite e conseguir pegar o shopping center aberto, se a gente conseguir que esse espetáculo termine às nove, e às nove horas o povo vai para o restaurante para consumir, então ele passa a se tornar uma possibilidade de fazer turismo. Desenvolvimento econômico com agronegócios também é uma possibilidade, com o meio ambiente, porque não transformar os nossos parques, além de um espaço de visitação do residente, a gente colocar um atrativo para quem vem de fora. Inovação e tecnologia nem se fala, pois é fundamental pensar o turismo de maneira transversal. É necessário unir as secretarias e os assuntos para fazer turismo. Outra premissa é que o turismo tem uma operação privada.
Quem executa, quem recebe o turista está lá na ponta. É o gestor do empreendimento hoteleiro, meio de hospedagem, é o dono do restaurante, é o pessoal da agência de receptivo, são os bares, são os locais de entretenimento. Às vezes é o próprio pessoal da secretaria de esporte do município, quando está sediando um evento esportivo, que precisa receber aqueles atletas que vieram para a competição. Então o hospitaleiro é geralmente quem está lá na ponta. Por isso a gente precisa de muito incentivo para a iniciativa privada, por meio de leis, fomento e apoio na promoção, na divulgação do destino. Porque ele sozinho não consegue fazer isso, não dá conta de alcançar o turista. O turismo tem um princípio de gestão compartilhada, que é uma governança composta por poder público, iniciativa privada e sociedade organizada. Não vejo nenhum destino turístico pujante que tenha conseguido esse feito sem unir os três setores. Então o poder público precisa ouvir a iniciativa privada.
A iniciativa privada precisa apresentar demandas e consorciar trabalhos com o poder público. E as instituições de apoio apoiam todo esse processo. A terceira premissa. Não se faz turismo pensando no passado. A gente tem que olhar para as tendências. E as tendências que a gente tem hoje são o turismo inteligente, destino turístico inteligente, se fala isso no mundo inteiro. É um primo e irmão do Smart City, das cidades inteligentes. Bato Branco já tem toda a esteira de Smart City. São quatro grandes vocações para se trabalhar, grandes eixos. O turismo de experiências veio para ficar. É aquele turismo onde não é mais meramente contemplativo, mesmo que haja um museu. Esse museu precisa ser interativo, precisa ser vivencial.
Ele ressalta que as pessoas precisam mergulhar nessa realidade local. E o turismo precisa estar apegado à identidade territorial. Não adianta a gente inventar a roda. Até dá para inventar a roda, mas leva muito tempo para ela se consolidar. Então é mais fácil a gente fazer turismo em cima de vocações que a gente já tem. Colocadas as premissas, não sei se tem mais alguma, pode passar para mim. Já venho para impactos e ações, e eu preciso de uma ajuda para controlar o tempo. Se você puder passar vez que outra para eu enxergar, pode passar aqui. Então, programa de retomada econômica lá na pandemia. A gente começou com o processo, poder público junto com iniciativa privada. Reativamos o Conselho de Turismo, que existia a lei desde 2019. Fizemos uma nova composição do Conselho, que depois foi renovada de 18 membros para 32 membros, e fomos considerados, por muito tempo, o segundo conselho mais ativo da cidade, junto com Ciência, Tecnologia e Inovação.
Então, os movimentos são bastante expressivos, muito debate, muito interesse, de um setor que estava adormecido na sociedade, e que a pandemia veio nos dizer. A gente precisa avançar com isso. O programa PatoTur foi lançado em seguida, onde foi uma parceria inicialmente da Prefeitura com o Sebrae, para a criação do inventário da oferta turística, que é saber o que temos na mão e o que não temos, consequentemente. Vamos fazer turismo com o que? O que nos falta e o que já temos que pode ser avançado. Fizemos uma missão de benchmarking até Gramado. Foram 20 empresários, mais membros do Poder Público, que estiveram lá e aprenderam o caso de Gramado, parece que foi passeio, mas não foi, e voltaram transformados, compreendendo a importância do senso de pertencimento.
Quem não sente pertencimento por sua cidade, não sabe o que oferecer e não consegue ser hospitaleiro com quem vem de fora. Fizemos um processo diagnóstico do turismo local, o inventário foi entregue em 2023, precisa ser renovado, muita coisa já alterou de lá para cá. Foi lançado o Festival Gastronômico em parceria com o Sindicato de Hotéis. Edu também é o presidente do sindicato e já são quatro edições do festival, como provocação do PatoTur. E foi oferecido capacitação profissional em turismo para membros da prefeitura, o que era importante, não só o empresário se atualizar, como a prefeitura também. Uma grande ação que foi desenvolvida, foi uma benção aqui para o município, receber esse programa pelo Sebrae, que é o Programa Sebrae Destino Turístico Inteligente. Essa é uma das novas tendências. E o Sebrae fez um marco, a gente perde as contas de quanta coisa foi feita. Nos anos de 2022, de 324, fizemos o diagnóstico de maturidade durante três anos.
No primeiro ano a gente tirou nota 7,1 como um destino inteligente, dentre 100. Depois caímos um pouquinho em alguns indicadores. Três relatórios de análise coletativa, três boletins informativos do desempenho em cada um dos indicadores dessa certificação, mapeamento dos stakeholders e pessoas interessadas em desenvolver o destino, elaboração do mapa estratégico, que nos guia o norte para a gente melhorar como destino. Elaboração de um estudo de mercado pesado, robusto, com mais de 60, 70 páginas falando sobre oportunidades de desenvolvimento. Jornada de formatação de produtos turísticos de experiência com mais de 50 empresas participantes do município de Pato Branco, sendo mais de 20 experiências formatadas e lançadas em um site de experiências turísticas do Paraná. Ações no turismo transversal. Foi desenvolvida uma sondagem de movimentação do aeroporto de Pato Branco, que solidificou as possibilidades de negociação com a Azul para ampliação das linhas aéreas em direção a Campinas. Então o voo comercial estendeu, já havia essa negociação, mas os números comprovaram que as pessoas da região queriam alcançar. Foram mais de 1.500 respondentes, trabalho bem robusto, está disponível para quem quiser consultar.
É um trabalho que foi feito de maneira regional. Integração com a Secretaria de Esportes. Então foi bastante forte, bastante pujante, até para dar mais visibilidade à lei de incentivo ao esporte, que já acontecia em Pato Branco. Integração com o turismo tecnológico-científico. Pode passar. Investimento pesado em infraestrutura e apoio ao turismo. Vimos acontecer, por mais que não são ações para o turismo, mas elas impactaram no turismo. Obrigado o tempo. Investimento em mobilidade do aeroporto, afastamento de estradas rurais, revitalização da avenida Tupi, asfaltamento do antigo condomínio Cetis. Também teve asfaltamento com as ciclovias. Investimento pesado em esportes, que foram praças, campos e centro de treinamento. Todos esses impactam, porque são nossa vocação, o turismo de esportes.
O próprio repasse de recursos via lei de incentivo. Dedicação à melhoria de indicadores Smart City. Também nos ajudou bastante a sentirmos orgulho pela cidade, promover o nome da cidade. Então a gente tem, sei lá, mais de duas mil páginas, talvez, de conteúdo que está à disposição dos senhores e de toda a sociedade. Aqui nossos indicadores, quanto a gente tirou em cada dimensão. E pasmem, a nossa pior dimensão foi a tecnológica. “Não temos um site, não temos um aplicativo do destino, não temos sistema de gestão do destino, não temos QR Code nos atrativos. São várias coisas que derrubaram a nossa nota. Poderia ser ainda melhor”, concluiu.
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