Entre os dias 9 a 13 de agosto, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR) realizou a 2ª SEPEAG (Semana Paranaense de Engenharia, Agronomia e Geociências). O evento, totalmente on-line, reuniu 40 palestrantes, 35 mil espectadores de dez países e 60 mil visualizações no canal do Crea-PR no Youtube.
A grade de palestras contemplou assuntos de grande importância para diversas profissões, em especial as afetas ao sistema Confea/Crea e apresentou tendências profissionais e de desenvolvimento na cidade e no campo.
O futuro do agro e da construção civil, acessibilidade, diálogos entre Brasil e mundo, contexto paranaense de crescimento na pesquisa e no desenvolvimento de infraestrutura, fortalecimento da tecnologia no mundo dos negócios das Engenharias foram alguns dos temas transversais que perpassaram as discussões do evento. Na modalidade Civil, acompanhamos reflexões sobre como o mundo que experimentamos agora é fruto de decisões tomadas há 30 anos, assim como o que estamos projetando em termos de cidade e mobilidade hoje terá impacto direto nas futuras gerações.
Ao mesmo tempo em que vimos cases de moradias compactas, com espaços inteligentes e tamanhos de 43m² a 2m², projetados para uma sociedade cada vez mais produtiva e conectada ao trabalho, discussões sobre acessibilidade também tiveram muita força durante a Semana.
No Brasil, 45 milhões das pessoas têm deficiência física, mental ou sensorial, ou seja, 25% da população. Mesmo assim, temas como mobilidade e acessibilidade ainda não ocupam o centro do planejamento urbano. Num mundo cada vez mais marcado por interações on-line e off-line, uma pesquisa do Movimento Web Para Todos revelou que menos de 1% dos sites brasileiros são acessíveis. Existe um longo caminho a ser percorrido neste tema.
Os assuntos ligados ao agro também chamaram muita atenção, por conta da riqueza de dados apresentada pelos palestrantes. Ao mesmo tempo em que o cenário aponta uma projeção de que, em 2050, teremos 2,2 bilhões de pessoas a mais no mundo para alimentar, é esperado que esta seja a década do Brasil na agricultura. Somos líderes na produção de grãos (255 milhões de toneladas) e de proteína animal (27,4 milhões de toneladas). Estamos presentes em mais de 150 países e ajudamos a alimentar, além de 211 milhões de brasileiros, mais de 1,5 bilhão de pessoas ao redor do mundo.
Os dados não mentem, eles mostram que já somos um grande player de mercado e que ocupamos os primeiros lugares na produção das dez principais commodities, mas o potencial de expansão do país ainda é imenso e pode ser alcançado com práticas mais inovadoras e sustentáveis no campo. Um dos importantes insights que irromperam da SEPEAG é de que não importam a habilitação e a formação, todos nós viramos profissionais incorporadores de tecnologia. Ganha quem usar mais e melhor a tecnologia a seu favor, e isso se estende às Engenharias, Agronomia e Geociências.
O Paraná, sem dúvidas, figura como um dos protagonistas da força do agronegócio brasileiro. Dados apresentados no evento mostraram que o Estado possui atualmente 217 cooperativas, com 2,48 milhões de cooperados e um faturamento de R$ 115,7 bilhões. O Estado ocupa a sexta posição no ranking das exportações. Em sintonia com este desenvolvimento, o Governo do Paraná tem sinalizado que, juntando todos os setores, há mais de 100 bilhões de investimentos previstos para os próximos anos. Isso representa um passo largo para a economia e que, consequentemente, vai afetar a população paranaense com geração de emprego, qualificação profissional e aumento de renda.
Alguns fatores fundamentais para este cenário se concretizar no Paraná foram debatidos na SEPEAG, um deles é a logística de transportes. Malha ferroviária e rodoviária e os portos de Paranaguá e de Antonina foram assunto na pauta sobre a redução de custos dos transportes e da importação e exportação no Estado. Certamente, a estruturação dos modais tornará o produtor paranaense mais competitivo, justamente por isso o Crea-PR participou ativamente e está acompanhando de perto o debate acerca do novo modelo de pedágio paranaense, que deve ser definido até o final do ano.
Potencial produtivo e de crescimento nós temos de sobra, eventos como a SEPEAG evidenciam isso muito claramente com base em números. Agora, cabe a nós enquanto profissionais, entidades de classe e conselhos profissionais, colocar o futuro em ação, adotar uma postura proativa e inovadora para contribuir com o desenvolvimento da cidade e do campo.
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