Mini doc registra olhar temporal sobre a arquitetura de Pato Branco

Por volta de 1955, o marido de dona Carolina Chioquetta Ársego se aventurou a construir a casa da família na rua Jaciretã, onde ela, prestes a completar 95 anos, vive até hoje. Com poucos recursos de ferramentas e materiais, ele utilizou o que, naquela época, era mais acessível: a madeira.

Quase 30 anos depois, depois de cursar Arquitetura e Urbanismo, Nereu Ceni retornou a Pato Branco, onde entendeu a importância de levar as particularidades de cada local para colocar a sua profissão em prática. Vanguardista, ele planeja cada projeto levando em conta a sustentabilidade e impacto que vai causar no futuro.

Valmor Veber e José Daniel Ferreira trabalham na construção civil há mais de 40 anos, e tijolo por tijolo ergueram vários edifícios que hoje compõem a paisagem central da cidade. Eles acompanharam de perto a evolução do setor, e hoje erguem vários andares em poucos dias.

Julio Barzotto e Michel Macedo são, respectivamente, engenheiro civil e arquiteto. Juntos, trouxeram a Pato Branco técnicas de construção com concreto que agilizam, barateiam e deixam muito mais bonitas as obras que a utilizam.

A partir dessa perspectiva, na qual se cruzam passado, presente e futuro, que se baseia o mini documentário Madeira, Tijolo, Concreto – A arquitetura na cidade de Pato Branco, idealizado pela produtora cultural e arquiteta Tamara Alff e realizado com auxílio da Lei de Auxílio à Cultura Aldir Blanc. Sua estreia será nesta sexta-feira (30), às 19h, pelo canal Pato Branco Cultura no YouTube. Ainda fazem parte da equipe o designer Cahê Viana, a jornalista Mariana Hirche e o video maker Patrick Souza, do Estúdio Lumio.

Passado, presente e futuro

Tamara conta que foi um desafio escolher o que incluir no documentário, desde a escolha dos entrevistados até os cortes finais. “Foi muito interessante perceber o quanto nosso passado e o futuro são muito presentes, e o quanto isso é rico para a cultura e história de Pato Branco, que ainda surpreende utilizando técnicas construtivas muito avançadas para o momento da construção no Brasil”, diz. “Como produtora cultural e arquiteta, posso dizer que foi a realização de um sonho unir as duas coisas em um trabalho”.

Na visão de Cahê, o mais interessante no Madeira, Tijolo, Concreto é ouvir pessoas muito diferentes falando sobre a arquitetura e a construção na cidade, cada uma com seu ponto de vista, “algumas contando histórias sobre a dificuldade de construir nos primeiros tempos, outras falando sobre os avanços das técnicas de construção e as ideias por trás de uma boa arquitetura. Conseguimos apresentar um pouco dessas duas faces da arquitetura e certamente vai ser interessante para quem assistir”, acredita. “Vejo muito valor em conhecer o passado da cidade e das pessoas que moram aqui, e acho também importante buscar referências externas de como construir uma cidade mais agradável, de forma mais eficiente”, conclui.

Como boa contadora de histórias, Mariana foca mais nas particularidades de cada entrevistado. “É legal perceber que, mesmo com referências completamente diferentes, todos adoram viver em Pato Branco. E é esse amor que faz nossa cidade ser linda”.

A dinâmica do documentário, que se constrói em uma linha do tempo, torna o trabalho ainda mais interessante. “Sempre adorei documentários. Mesmo em meus trabalhos comerciais, procuro usar a linguagem documental de alguma forma”, explica Patrick, que dirigiu o vídeo. “Então, quando recebi o convite da Tamara para dirigir nosso documentário fiquei muito animado, não só por produzi-lo, mas também por me identificar muito com a temática e o formato. Fazer parte deste projeto foi uma experiência incrível e enriquecedora, pois não é apenas sobre arquitetura, mas também é sobre a história das pessoas, como a Dona Carolina”.

Serviço:

O quê? Madeira, Tijolo, Concreto – A arquitetura na cidade de Pato Branco

Quem? Tamara Alff, Patrick Souza, Cahê Viana e Mariana Hirche

Como? Com auxílio da Lei de Auxílio à Cultura Aldir Blanc

Onde? Canal Pato Branco Cultura, no YouTube

Quando? A partir de 30 de abril, às 19h

Por quê? Porque fala com poesia sobre a arquitetura da cidade

Da assessoria

RSS
Follow by Email
YouTube
YouTube