Fiscais foram a campo, seguindo os protocolos de prevenção à Covid-19, e com apoio de ferramentas tecnológicas

Fiscalização das culturas agrícolas cresce mais de 80% no Paraná

A pandemia não impediu as fiscalizações das safras de inverno e verão nas propriedades paranaenses em 2020, que aumentaram 80% ante 2019. As ações fiscalizatórias foram presenciais e remotas. Fiscais do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR) alertaram sobre a importância dos responsáveis técnicos nas lavouras; verificaram o preenchimento das ARTs (Anotações de Responsabilidade Técnica) das atividades agrícolas realizadas; e as emissões do Receituário Agronômico – documento com a prescrição de uso dos defensivos agrícolas. No ano passado, foram abertos 3.907 Relatórios de Fiscalização (RFs) de culturas agrícolas no Estado, sendo 2.103 do ano anterior. As lavouras de soja, milho e trigo foram as principais fiscalizadas.

O levantamento é do Departamento de Fiscalização (Defis) do Conselho, que também aponta que mais de 60% dos processos de culturas agrícolas de 2020 já foram arquivados, sendo que em 80% deles houve a regularização. Considerando o total de RFs gerados, a regularização ocorreu em mais de 50% dos casos até o momento. Este número é provisório, pois a Safra de Verão 2020/2021 está em andamento e ainda há muitos processos em trâmite (1.398) que podem ser regularizados.

Na Regional Pato Branco do Crea-PR, que abrange a região Sudoeste, foram realizadas 273 fiscalizações no ano passado, relacionadas à safra de verão. Os números seguem o volume histórico da Regional que, em 2019, registrou 332 fiscalizações e, mesmo no contexto da pandemia, refletem a conscientização do setor agrícola quanto à presença de profissionais habilitados, como os engenheiros agrônomos.

“Os produtores rurais de nossa região têm na presença física dos fiscais do Crea-PR uma rotina. Em 2020, com a pandemia, passamos a utilizar mais ferramentas tecnológicas aliadas ao cruzamento de dados dos convênios disponíveis. A nova estratégia está possibilitando que a ida dos fiscais ao campo seja cada vez mais assertiva”, observa Diogo Colella, Engenheiro Civil, gerente da Regional Pato Branco do Crea-PR.

Defesa da sociedade

Assim como todas as atividades das Engenharias, Agronomia e Geociências que o Crea-PR fiscaliza, que refletem na segurança da sociedade, a fiscalização nas propriedades rurais contribui para a produção sustentável de alimentos para a população, com a aplicação das melhores técnicas de produção e qualidade, ressalta a Engenheira Ambiental Mariana Maranhão, gerente do Defis. Segundo ela, a fiscalização da safra de verão, e das outras culturas no Estado, verifica a existência de responsável pela assistência técnica da produção.

“O papel do profissional é de orientar o agricultor na escolha das melhores técnicas, como fazer o plantio, melhores maquinários, evitar pragas de uma forma controlada, e até mesmo na conservação do solo. E isso reflete desde a otimização de recursos para o produtor, como diretamente na qualidade do nosso alimento, que deve ser produzido de uma forma sustentável e benéfica para a saúde”, reforça.

O Engenheiro Agrônomo Orley Jair Lopes, de Francisco Beltrão, gestor estadual da fiscalização e coordenador-adjunto da Câmara Especializada de Agronomia (CEA) do Crea-PR, justifica que os resultados são fruto de plano de trabalho elaborado ainda em 2019, quando houve consulta prévia aos conselheiros do CEA e às entidades de classe do setor.

“A consulta resultou em priorização de áreas, de acordo com a realidade regional. Por outro lado, o cruzamento de dados com diversas fontes, permitiu incremento da fiscalização em 2020, em novas áreas de abrangência e resultados muito positivos”, comenta Orley.

O gestor estadual da fiscalização enfatiza que o trabalho busca a orientação do setor quanto à necessidade e vantagens da presença dos profissionais para atualização das boas práticas no campo. “Hoje, o principal foco dos consumidores, no mundo, é a rastreabilidade. Implica em processos que começam antes mesmo da implantação das culturas e que resultam no aumento do valor agregado dos produtos, graças aos trabalho dos profissionais da Agronomia”, conclui Orley Jair Lopes.

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