O Sebrae/PR disponibilizou o Diagnóstico TIC PR/2020-21. O estudo apresenta informações obtidas junto a 399 empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) no Paraná e vai contribuir para pautar ações estratégicas no setor. O download do material pode ser feito no site Sebrae/PR.
Os dados oferecem um panorama estadual nos eixos “negócios”, “pessoas” e “processos”. Segundo o consultor do Sebrae/PR, Vinicius Galindo de Mello, para garantir que empresas referências em suas regiões participassem do levantamento, a instituição contou com a parceria da Iguassu IT, Vale Digital, TI Paraná, Software by Maringá e Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro).
“O material que fornece para instituições, empresas e municípios informações aprofundadas sobre o setor. A partir disto, estratégias para potencializar os negócios poderão ser traçadas, a exemplo de soluções que o Sebrae/PR vai ofertar neste ano”, destaca o consultor.
Negócios
No eixo “negócios”, 45% das empresas relataram carência de profissionais qualificados no mercado. Como principal ameaça, 44% apontaram a busca por novos fornecedores por parte dos clientes. Como reflexo disto, a necessidade de expansão para mercados nacionais e internacionais foi apresentada por 68% dos negócios.
O estudo apontou que o modelo SAAS (Software as a Service ou Software como um Serviço), que entrega sistemas e aplicativos pela internet, predomina nas empresas frente aos modelos que exigem instalação e manutenção em equipamentos e outros. “Os empresários demonstravam, há cerca de cinco anos, que o futuro seria este. E o diagnóstico confirma essa tendência, com 49% no modelo SAAS”, comenta o consultor.
Com relação aos impactos da pandemia, o setor se mostra fortalecido. Isso porque 46% não tiveram ou tiveram impacto baixo no faturamento, enquanto apenas 12,8% tiveram impacto alto e 7,5% muito alto. Isso apesar da dificuldade em conseguir novos clientes, apontada por mais de 41% das empresas. O presidente da Assespro Paraná, Lucas Ribeiro, destaca que as empresas paranaenses têm nascido focadas no empreendedorismo de inovação, promovendo desenvolvimento tecnológico em polos regionais sólidos, o que ajuda a explicar um setor fortalecido.
“A pandemia ajudou a evidenciar a importância da área de TIC, que fortalece empregos, economia, gera soluções, qualidade de vida para as pessoas. O setor reagiu bem frente à crise, mas a busca por melhorias deve ser um processo contínuo, como o trabalho para reter talentos”, diz.
Pessoas
No eixo “pessoas”, 44% das empresas operam em regime CLT, o que de acordo com o consultor do Sebrae/PR, representa um atrativo para profissionais. Em mais 60% do total de negócios, são oferecidos incentivos para reter mão de obra. Para ele, esse é um dos principais pontos para manter trabalhadores, considerando que com a ampliação do trabalho remoto, profissionais têm migrado para outros estados e países como Canadá, países da Europa e até vizinhos, a exemplo do Paraguai – no Paraná, durante a pandemia, 56% das empresas foram totalmente para o home office, oferecendo equipamentos e outras soluções aos colaboradores.
Empresário do setor e presidente da Iguassu IT, Marcio Pinheiro ressalta que os dados mostram a necessidade de investimento em educação e sugere para instituições oportunidades de montar capacitações mais rápidas. “Visualizamos uma área em grande expansão, mas com risco de apagão de mão de obra. É preciso investir em mais capacitação para não limitar o crescimento das empresas”, diz Pinheiro. “As pessoas migram de empresa com facilidade. Os atrativos são não apenas o salário, mas aspectos como bem-estar e tecnologia”, acrescenta.
Em 70% das empresas, o quadro vai de 4 e 30 profissionais. Quanto maior a igualdade no número de homens e mulheres na organização, maior é o número de mulheres em cargos de decisão. Conforme o estudo, é possível encontrar mais mulheres em cargos de gestão em 94% das empresas com quadro mais equilibrado.
Processos
Característica do setor, a inovação está presente na maioria das empresas. Do total, 86% relataram investimentos em desenvolvimento de novos produtos, em razão também da opção pelo modelo SAAS. Os negócios demonstraram preocupação quanto à segurança de dados, sendo que 75% deles já utilizam como modelo padrão de segurança a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
Sobre as metodologias mais utilizadas, a mais evidente é a SCRUM, que confere mais agilidade, eficiência e qualidade aos projetos. Seguindo a opção por metodologias ágeis, as ferramentas de comunicação mais utilizadas são as redes sociais: 84% utilizam o Facebook para divulgação e 65% utilizam o LinkedIn, além do próprio site. O estudo completo traz informações por região. As empresas participantes receberam feedbacks individuais.
Mais
Bem de família pode ser penhorado para pagar dívidas contraídas em sua reforma
Com apoio do Estado, 200 jovens vão atuar como agentes cooperativistas no campo
Com tilápia em alta, exportação paranaense de pescados cresceu 20% no 1º semestre