Bolsonaro e Ratinho Júnior inauguram PCH no Sudoeste

O empreendimento, erguido na junção dos rios Santana e Marmeleiro, tem capacidade para a produção de 6 Megawatts (MW) de energia - potência para suficiente para abastecer até 12.500 residências.

O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou nesta sexta-feira (06), ao lado presidente da República Jair Bolsonaro, da inauguração da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Bedim, em Renascença, no Sudoeste do Paraná. O empreendimento, erguido na junção dos rios Santana e Marmeleiro, tem capacidade para a produção de 6 Megawatts (MW) de energia – potência para suficiente para abastecer até 12.500 residências.

Segundo o governador, o Paraná está trabalhando para agilizar a instalação de pequenas usinas. Ratinho Junior destacou que dezenas de empreendimentos foram liberados desde 2019. Ele reforçou que os processos de liberação são feitos com todo o rigor legal, mas com a celeridade que os empreendedores precisam. “Essa PCH tem uma importância simbólica. Em duas décadas eram 21 PCHs liberadas no Paraná. Em um pouco mais de um ano e meio, mais de 40. Esse é modelo de geração de energia do Brasil”, ressaltou Ratinho Junior. “O segredo é ter uma equipe afinada, com o compromisso de ser eficiente e dar velocidade ao processo sem deixar de ser rígido com as exigências ambientais”, acrescentou.

Para Ratinho Junior a construção e instalação de PCHs, e também das chamadas Centrais Geradoras Hidrelétricas CGHs (barragens com menor capacidade de produção energética), são modelos eficientes de alavancar a retomada econômica do Estado no pós-Covid-19. “Setores como o de energia e construção civil são estratégicos para a geração de mão de obra. São investimentos que não dependem unicamente do poder público, a não ser nas decisões administrativas dos órgãos que fazem a regulamentação e o licenciamento”, afirmou.

O governador disse que o Estado busca agilizar processos para dar ainda mais celeridade à construção de empreendimentos semelhantes, com a criação de uma resolução específica sobre o assunto. “Estamos usando a rapidez para liberar aquilo que vai gerar emprego e renda para os paranaenses”, disse Ratinho Junior.

Segundo ele, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e Turismo está elaborando o Descomplica da Energia Sustentável, programa para desburocratizar os procedimentos ambientais no setor, nos moldes do já lançado Descomplica Rural. O setor energético está entre as prioridades nesse processo, com novas normas de licenciamento para PCHs, CGHs, usinas eólicas, fotovoltaicas, de biomassa e biogás. “Com a construção dessas pequenas centrais logo o Paraná terá uma nova Itaipu aqui”, destacou o presidente Jair Bolsonaro.

APOIO – O projeto da PCH Bedim contou com apoio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), que financiou aproximadamente 10% da obra – R$ 3 milhões de um total de R$ 27,9 milhões. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) colaborou R$ 19,3 e o restante foi investimento de um consórcio de 10 agricultores da região. “É um dia histórico para o Sudoeste. Essas acelerações e desbravamento de PCHs no Estado significam mais energia, emprego e renda para os paranaenses”, destacou o secretário chefe da Casa Civil, Guto Silva.

LICENÇA – Nos últimos cinco anos foram licenciados, nas categorias de Licença Ambiental Prévia (LP) e Licença de Operação de Regularização (LOR), 85 novos empreendimentos hidrelétricos no Paraná, segundo a Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e Turismo. Outros 300 empreendimentos estão em diferentes estágios de análise.

O órgão trabalha com um horizonte de 1.100 empreendimentos de geração de energia elétrica no Estado, incluindo CGHs, PCHs, Usinas Hidrelétricas (UHE), Termoelétricas (UTE), Usinas Eólicas (EU), Usinas Fotovoltaicas (UF) e Microgeração.

O presidente da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (AbraPCH), Paulo Arbex, afirmou que o governador Ratinho Junior tem buscado criar mecanismos que ajudem na instalação de PCHs. “O que antigamente levava oito, dez anos, agora está muito mais ágil”, ressaltou.

Como contrapartida à instalação dessas usinas, o Estado exige uma compensação ambiental. No caso de Renascença, a empresa responsável pelo empreendimento recuperou a mata ciliar com o plantio de 100 mil mudas de árvores nativas, criando uma nova área de proteção no local. Além disso, 30 mil alevinos (peixes recém-nascidos) foram soltos nos rios.

POTENCIAL – De acordo com a AbraPCH, são 40 projetos em andamento no Estado, entre aqueles já aprovados e outros prontos para serem construídos. Os números, destacou o presidente do Conselho de Administração da instituição, Pedro Dias, reforça o status do Paraná de grande produtor energético dentre as principais unidades da federação.

De acordo com ele, os empreendimentos somam 180 MW de potência instalada, R$ 1,2 bilhão em investimentos e poderão gerar mais de 10 mil empregos diretos e indiretos.  Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), há 32 PCHs e 69 CCHs em operação no Estado, que somam 404 Megawatts (MW) de potência instalada, 9,47% do total do País.

PCH “gigante” no Sudoeste fica pronta em 2021

A Companhia Paranaense de Energia (Copel) administra 11 empreendimentos, entre Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) no Estado, além de outra unidade em parceria com a iniciativa privada. Somadas, elas garantem uma potência de 77 Megawatts. A maior delas, porém, ainda está em construção. A PCH Bela Vista, com previsão de início de operação em 2021, vai gerar uma potência 29,8 Megawatts de potência a partir de uma queda estratégica de cerca de 15,5 metros – o limite de uma PCH é 30 MW.

A usina está sendo instalada entre os municípios de Verê e São João, no Sudoeste do Estado. A obra orçada em R$ 217 milhões vai beneficiar cerca de 100 mil consumidores com energia elétrica. Só no canteiro há atualmente 380 funcionários diretos, mas o total de pessoas envolvidas no projeto ultrapassa 450.  A energia produzida por Bela Vista será encaminhada para o sistema através de uma linha de distribuição de alta-tensão de 138 mil Volts (kV) até a subestação da Copel em Dois Vizinhos, também no Sudoeste. A extensão da nova conexão é de 18 quilômetros. O projeto completo ainda prevê uma ponte de 200 metros sobre o Rio Chopim como contrapartida para a comunidade do entorno.

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