O Ministério Público do Paraná, por meio da 1ª Promotoria de Justiça de São Miguel do Iguaçu, no Oeste do estado, ofereceu denúncia contra oito pessoas investigadas na Operação WO, acusadas de integrar organização criminosa que fraudava licitações do Município. Entre os denunciados, está uma ex-vereadora que teve o mandato cassado no início deste ano, após a primeira denúncia decorrente da operação. A denúncia atribui 58 crimes aos acusados, incluindo organização criminosa, falsidade ideológica, fraude em licitações e lavagem de dinheiro.
Na denúncia, a então vereadora e seu marido são apontados como chefes de uma organização criminosa que utilizava três empresas em nomes de laranjas para celebrar contratos com a prefeitura na área da Secretaria de Obras, especialmente para o fornecimento de pedras. De 2012 a 2020, as empresas celebraram mais de 30 contratos com o Município de São Miguel do Iguaçu, recebendo quase R$ 8 milhões. Apurou-se que as atividades das empresas têm relação com uma pedreira existente no município, vinculada a laranjas do grupo criminoso, mas controlada de fato pelo casal.
Levantamentos realizados neste mês revelaram imagens armazenadas no computador do marido da ex-vereadora, com cópia de documentação relativa à pedreira (autorização de extração mineral) em nome de um laranja do grupo, o que reforça, segundo o MPPR, que o casal detém o controle da pedreira há vários anos.
A Operação WO foi deflagrada em novembro de 2019 para investigar os possíveis crimes do grupo denunciado. Na denúncia anterior, que resultou na cassação da então vereadora, o MPPR relatou crimes praticados por outro núcleo criminoso, controlado pelo mesmo casal, relacionado a uma empresa composta por laranjas contratada pela Prefeitura de São Miguel do Iguaçu para prestar o serviço de convivência e fortalecimento de vínculos para crianças em situação de vulnerabilidade social.
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